Você sabia que não necessariamente as embalagens biodegradáveis são as mais sustentáveis? Vamos contar os prós e contras desse tipo de embalagem para o seu negócio. Quer saber mais? Confira!
Com a sustentabilidade em voga, muito tem se debatido acerca das embalagens. E não é para menos, atualmente elas são as principais responsáveis na superlotação de aterros e lixões. E isso representa um problema gigante para a sociedade e economia governamental.
Podemos afirmar que mais do que simplesmente proteger os produtos de um negócio a embalagem pode ser a cara da marca, podendo revelar o impacto que é gerado no planeta.
Isso porque, cada tipo de embalagem possui características que afetam o meio ambiente de forma única, podendo ser negativa ou neutra.
É aí que entram as embalagens biodegradáveis! Apontadas nos canais de sustentabilidade como uma boa alternativa às embalagens convencionais, elas fizeram fama e criaram alguns mal entendidos também.
Nesse artigo iremos mostrar os requisitos para uma embalagem ser biodegradável, o impacto delas no planeta e também opções de embalagens biodegradáveis que você pode adotar.
Antes de tudo é preciso esclarecer o conceito. Dentro do universo da sustentabilidade as embalagens podem ser divididas em: recicláveis, não recicláveis, biodegradáveis, oxibiodegradáveis e compostáveis.
As embalagens biodegradáveis, segundo a norma 15448-2 da ABNT, são aquelas que através da atividade de microrganismos aeróbios (bactérias, fungos) se desintegram em pedaços de 2 milímetros em um prazo máximo de 90 dias. Para isso são levados em consideração níveis de toxicidade e de emissão de CO2.
Alguns dos conceitos citados no tópico anterior são confundido em muitos conteúdos na internet. Isso ocorre por não haver um um consenso global. Cada país possui um protocolo a respeito, e no Brasil o vigente é o da ABNT.
Dentro de toda essa confusão, um dos maiores equívocos ainda cometidos é confundir biodegradável com compostável.
Para saber o que é biodegradável e compostável, vale a máxima: nem toda embalagem biodegradável é compostável, mas toda embalagem compostável é biodegradável.
Diferente da definição de embalagem biodegradável dada no tópico anterior, embalagens compostáveis são aquelas que além de se degradarem em um curto espaço de tempo, geram unicamente água, gás carbônico e húmus.
Por que as embalagens biodegradáveis podem não ser tão sustentáveis assim?
A primeira problemática desse tipo de embalagem é que para que sejam biodegradadas, de fato, precisam ser direcionadas para centrais de compostagens e não para os aterros e lixões como ocorre.
E mesmo que sejam enviadas para coleta seletiva, elas são descartadas como lixo comum ou utilizadas para queima energética.Isso porque, as poucas centrais de compostagem que existem estão desativadas por falta de investimento público e privado.
A maior solução diante desse cenário, é a conscientização dos consumidores para o tratamento desse tipo de embalagem em um sistema de compostagem caseiro.
O PLA ou poliácido lático é um tipo de plástico biodegradável criado para substituir os plásticos convencionais. Tem como maiores diferenciais, além da biodegradação, a reciclabilidade, a possibilidade de ser compostado e a possibilidade de ser utilizado para diversas finalidades (embalagens de alimentos, de cosméticos, sacolas e outros).
Suas principais desvantagens consistem em: não ser resistente a altas temperaturas e a fortes impactos.
No geral, sua degradação ocorre de 6 meses a dois anos, e depois de ser dissolvido ele vira ácido lático, substância química não tóxica, produzida naturalmente por mamíferos.
Importante ressaltar que sua decomposição só ocorre quando ele é descartado corretamente para a compostagem. Visto que a compostagem necessita de condições específicas para ocorrer, bem diferentes das propiciadas em aterros ou lixões.
Pouco divulgada, a embalagem de celofane é constituídas de celulose, ou seja, uma fonte totalmente vegetal. Por esse motivo, ela é biodegradável e também compostável. Além disso, pode ser utilizada para embalar alimentos, cosméticos secos, lembrancinhas e etc.
Sua maior desvantagem é que não pode ser utilizada para embalar substâncias aquosas e não pode ser reciclada caso seja colocada na coleta seletiva.
Outro tipo de embalagem a base de celulose, é a embalagem de papel.
Criadas e utilizadas há mais de 10 mil anos, elas resistem até hoje como uma opção biodegradável, e o melhor de tudo: podem ser recicladas. Isso significa que mesmo que você ou seus consumidores não tenham uma forma de direcioná-las para compostagem, elas podem ser direcionadas para reciclagem através da coleta seletiva.
São inúmeros os tipos de embalagens criadas a partir de resíduos vegetais.Do bagaço da cana de açúcar a embalagens feitas com cogumelo, atualmente é possível encontrar muitas opções.
Cada uma delas possui características físicas (resistência, tolerância ao calor e permeabilidade) únicas. Mas de modo geral podemos afirmar que ao não serem misturadas a outros tipos de compostos, elas se configuram como embalagens biodegradáveis e compostáveis.
Suas maiores desvantagens ainda são os preços. E a sua maior vantagem é a neutralização do impacto no planeta quando descartadas corretamente.
Como vimos, as embalagens biodegradáveis podem não ser perfeitas como soluções sustentáveis para esse momento do mercado de reciclagem e resíduos sólidos, no Brasil.
Ainda assim, quando tratadas em centrais apropriadas, elas chegam perto de neutralizar seu impacto ou até mesmo de gerar benefício, no caso de serem compostadas.
Esse quadro é o presente, no entanto, o futuro nos reserva muitos avanços em relação ao tratamento de embalagens. E o simples fato de se preocupar com essa problemática é um grande diferencial competitivo para o seu negócio e para o seu consumidor.